O período de negociação entre clubes e jogadores, chamado de free agency, teve início no dia 1º deste mês. Por enquanto, só são permitidas negociações; nenhum contrato pode ser assinado até amanhã. Mesmo assim, muitos times e jogadores já chegaram a acordos verbais que serão apenas formalizados nos próximos dias.
1º de julho
Gerald Wallace renova com o Nets: 4 anos, 40 milhões
Após abrir mão de uma escolha (que veio a ser a 6ª no último draft) para ter Wallace, o Nets não perdeu tempo e acertou a renovação com o veterano no primeiro dia de free agency. Wallace é um bom jogador complementar, capaz de ser muito útil como terceira ou quarta opção ofensiva de uma equipe. Mesmo assim, 10 milhões de dólares por ano me parece excessivo para um jogador que já tem 30 anos e sempre dependeu muito de sua habilidade atlética para se destacar. Três anos e 25 milhões teria sido um valor mais razoável para o ala.
Lavoy Allen renova com o Sixers: 2 anos, 6 milhões
Em sua primeira temporada, o PF/C teve desempenho razoável pelo Sixers e mostrou bom potencial defensivo. Suas melhores contribuições ocorreram nos playoffs, quando teve boas atuações contra Bulls e Celtics. O contrato me parece bastante razoável, tanto em termos de duração quanto de valor, para um jogador que é jovem e tem potencial, mas que ainda não é uma certeza.
Omer Asik aceita oferta do Rockets: 3 anos, 25 milhões (como ele é agente livre restrito, o Bulls terá a chance de cobrir a oferta)
A primeira polêmica da free agency. O jovem pivô turco teve enorme impacto defensivo no Bulls, mas pouco contribuiu ofensivamente. A oferta do Rockets tira proveito da chamada "cláusula Gilbert Arenas" que permite a elaboração da oferta de forma bastante peculiar. No caso de Asik, a oferta do Rockets é de 5 milhões por ano nas duas primeiras temporadas e de 15 milhões no terceiro ano. O terceiro ano seria exatamente o problema para o Bulls, pois, na temporada 2014-15, Chicago terá os altos salários de Rose, Noah e Boozer e provavelmente não poderá pagar 15 milhões para um jogador complementar como Asik. A maneira justa de avaliar o contrato é calculando a média dele por ano: 8,3 milhões. Me parece um pouco alto para um jogador limitado como Asik, mas ainda compreensível, principalmente sabendo que o Rockets precisava de uma cartada assim para ter alguma chance de ficar com o pivô. Meu palpite é que dará certo.
Andre Miller renova com o Nuggets: 3 anos
Após dizer que só seria reserva de um candidato ao título, o veterano armador não perdeu tempo e... renovou com o Nuggets. Como ainda não se sabe quanto ele ganhará por temporada, não é possível analisar se foi um bom contrato para a equipe. Considerando apenas o jogador, não há dúvidas de que Miller é um excelente armador reserva para Ty Lawson.
2 de julho
Nets envia Anthony Morrow, Jordan Farmar, DeShawn Stevenson, Jordan Williams, Johan Petro e uma escolha de 1º round em 2013 (via Rockets) protegida até o fim da loteria para o Hawks, que manda Joe Johnson para o Nets
Danny Ferry, novo GM do Hawks, desejava limpar a folha salarial do Hawks para começar a reconstruir a equipe. Billy King, GM do Nets, queria adquirir um jogador de qualidade para convencer Deron Williams a renovar. Resultado: Joe Johnson (e seu contrato obsceno) foram parar no Brooklyn. Para o Hawks, foi o primeiro passo de um recomeço. Para o Nets, foi a oportunidade de dar um companheiro de qualidade para Deron e ter um time competitivo mesmo se a troca por Dwight não sair. Embora seja mais um investimento arriscado para o Nets a longo prazo, acho que a troca fez sentido para as duas equipes.
Hawks envia Marvin Williams para o Jazz, que manda Devin Harris para o Hawks.
O Hawks dá o segundo passo de seu recomeço. Williams tem 2 anos de contrato (ganhando 7,5 milhões por ano), Harris só tem 1 (ganhando 8,5 milhões). O Hawks se livra de um jogador que não deu certo e obtém um bom armador em fim de contrato. O Jazz abre mão de seu armador titular, que não se acertou na equipe, e recebe um jogador para preencher o vazio existente na posição de SF. Ótima troca para o Hawks. Nem tão boa assim para o Jazz, embora eu entenda por que aconteceu.
3 de julho
George Hill acerta renovação com Pacers: 5 anos, 40 milhões
Hill é um importante jogador para o Pacers. No meu entendimento, não merecia 8 milhões por ano. É limitado e provavelmente nunca será mais do que o 4º ou 5º melhor jogador de uma boa equipe. 5 ou 6 milhões por ano seria mais razoável, na minha opinião. Mas a permanência dele é boa notícia para Indiana.
Landry Fields aceita oferta do Raptors: 3 anos, 20 milhões (como ele é agente livre restrito, o Knicks terá a chance de cobrir a oferta)
Sejamos honestos. O Raptors fez a oferta para Fields apenas para ter mais chances de contratar Nash (existia a possibilidade de Fields ser usado pelo Knicks em uma sign-and-trade para adquirir o armador canadense). Não deu nada certo. Nash foi parar em Los Angeles, o Knicks provavelmente não cobrirá a oferta e Toronto acabará ficando com um jogador que nem faz mais sentido para a equipe. Era um risco que teria valido a pena se as coisas tivessem dado certo. Mas não deram. Fields pode ser um bom jogador complementar, mas vale mais ou menos a metade do contrato que foi oferecido.
Reggie Evans acerta com o Nets após sign-and-trade com Clippers: 3 anos, 5 milhões. Clippers recebe uma escolha futura no 2º round
Após adquirir Odom, o Clippers parece ter concluído que não precisa mais de Evans. O contrato me parece justo por um ótimo reboteiro que é muito limitado nos demais fundamentos. Pode ser um reserva útil para o Nets.
Jason Terry acerta com o Celtics: 3 anos, 15,6 milhões
Acostumado a ser o sexto homem do Mavs, Terry cumprirá o mesmo papel em Boston. O Celtics, que decidiu dar mais uma chance ao seu elenco veterano, investiu na experiência e na capacidade de pontuar de Jet. Me parece uma boa decisão e um contrato razoável.
Deron Williams acerta renovação com o Nets: 5 anos, 98 milhões
Williams estava na dúvida entre Nets e Mavs. Segundo o armador, a aquisição de Joe Johnson acabou sendo o fator decisivo. Não há o que comentar sobre o contrato. Todos sabiam que Williams receberia o contrato máximo; restava saber de que time. Como foi do Nets, ele poderá desfrutar de um 5º ano de contrato e ainda mais dinheiro por ano do que receberia em Dallas.
Eric Gordon aceita oferta do Suns: 4 anos, 58 milhões (como ele é agente livre restrito, o Hornets terá a chance de cobrir a oferta)
Gordon, quando não está lesionado, é um excelente jogador. Fez enorme diferença no Hornets nas poucas partidas em que atuou. A principal preocupação é justamente a questão física. O Suns possui a melhor equipe médica da NBA, o que certamente beneficiaria o jogador. No entanto, tudo indica que o Hornets bancará a oferta. A única esperança do Suns em ter Gordon seria por meio de uma sign-and-trade com New Orleans. E aí surgiriam duas questões: 1) O que o Suns estaria disposto a oferecer? 2) Isso seria suficiente para o Hornets abrir mão de Gordon? Precisamos esperar para ver.
4 de julho
Spencer Hawes acerta renovação com o Sixers: 2 anos, 13 milhões
Hawes é um bom pivô ofensivo e competente nos rebotes, nada além disso. Mas, na NBA de hoje, um pivô com essas características tem muito valor. Por isso, o acerto me parece bastante razoável pelo jogador.
Steve Nash acerta com o Lakers após sign-and-trade com o Suns: 3 anos, 25 milhões. Suns recebe 2 escolhas de 1º round (uma em 2013, a pior entre uma via Heat e a do Lakers, e uma em 2015, protegida no top 5) e 2 escolhas do 2º round (uma via Nuggets em 2013 e uma do Lakers em 2014)
Como torcedor do Suns, minha reação inicial à troca foi de choque. Difícil imaginar o ícone do Suns jogando pelo maior rival (uma rivalidade um tanto unilateral, admito). Deixando isso de lado, a troca foi útil para as duas equipes. Para o Lakers, não restam dúvidas de que a troca foi uma excelente ideia. A equipe não precisou abrir mão de nenhum jogador para ter Nash, que ainda é um dos melhores armadores da NBA. Mas o Suns também se beneficiou da troca. Nash era agente livre irrestrito. Portanto, poderia sair de Phoenix sem que a equipe recebesse nenhuma compensação. Com a troca, o Suns ganhou quatro escolhas futuras (cujo real valor só poderá ser julgado no futuro) e a boa vontade do agente de Nash, Bill Duffy, que também é o agente de Goran Dragic, armador que acertou com o Suns poucas horas depois. Para o Lakers, restam dúvidas com relação a como o ataque funcionará, como será a dinâmica Nash/Kobe, como a equipe se comportará defensivamente... mas não restam dúvidas de que Nash é uma opção muito superior aos armadores de anos anteriores.
Mais tarde, posto a segunda parte do resumo.
Mais tarde, posto a segunda parte do resumo.
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