Caso ainda não tenha visto, confira as análises da offseason dos times abaixo:
Principais aquisições: Devin Harris, Lou Williams, Anthony Morrow, Kyle Korver, John Jenkins (draft), Mike Scott (draft)
Principais perdas: Joe Johnson, Willie Green, Tracy McGrady, Marvin Williams, Vladimir Radmanovic
Ano após ano, o Hawks vinha sendo um time previsível. Fazia boa campanha na temporada regular, chegava nos playoffs numa posição intermediária e caía na primeira ou segunda rodada. O time era bom, consistente, mas nunca ia além disso.
Após contratar Danny Ferry para ser o novo general manager, a franquia de Atlanta não perdeu tempo e começou a delinear um novo plano. Cansada de pagar caro para ter uma equipe mediana, a ideia era simples: livrar-se de alguns contratos ruins com o fim de criar flexibilidade suficiente para vislumbrar reforços de peso no futuro.
Em questão de uma semana, o Hawks deu dois passos importantes nesse sentido. Primeiramente, mandou Joe Johnson – principal peça ofensiva da equipe, mas com um contrato muito acima daquilo que ele produz em quadra – para o Nets, recebendo muito menos (Morrow, Stevenson, Jordan Williams e Farmar, sendo que os últimos dois nem estão mais no elenco) em troca. Pode parecer estranho, mas era exatamente o que a equipe queria: enxugar a folha salarial. Em seguida, o ala Marvin Williams foi trocado pelo armador Devin Harris. Embora os dois recebam salários anuais parecidos, o contrato de Williams ainda tem dois anos de duração, enquanto o de Harris expira ao final da próxima temporada.
A partir daí, o Hawks passou a preencher as lacunas causadas pelas trocas. O time acertou com o ala-armador Lou Williams – cestinha do Sixers na temporada passada mesmo jogando como sexto homem – e adquiriu um dos melhores arremessadores de 3 pontos da NBA, o ala Kyle Korver. Williams não é tão versátil ou completo quanto Joe Johnson, mas é capaz de ajudar muito o Hawks ofensivamente. Na temporada passada, o Sixers fez 107,6 pontos por 100 posses com ele em quadra, contra 102,0 sem o veterano.
No draft, a escolha do primeiro round foi o ala-armador John Jenkins, mais um especialista de longa distância. O novato impressionou com seu arremesso rápido e preciso na Summer League de Las Vegas. O outro calouro da equipe será Mike Scott, um ala-pivô que dificilmente terá oportunidades em seu primeiro ano.
(O novato Jenkins será um dos vários arremessadores especialistas do Hawks)
Se apenas o basquete fosse considerado, as decisões do Hawks na offseason não seriam tão elogiadas. O time perdeu seu principal pontuador, afinal de contas. Mas na NBA de hoje, é simplesmente impossível entender a maioria das transações se ignorarmos o aspecto financeiro. Já havia ficado claro que o grupo dos anos anteriores tinha atingido o seu limite. Com as duas trocas, o Hawks conseguiu mudar completamente o seu quadro financeiro para os próximos anos. O time atual pode até ser inferior ao de temporadas anteriores – se bem que não seria grande surpresa se a equipe continuasse competitiva, visto que adicionou peças que tornam o elenco mais equilibrado do que no passado –, mas pelo menos agora há a flexibilidade necessária para transações que possam alçar a franquia a um novo patamar.
A NBA é assim mesmo. Às vezes, piorar um pouco faz sentido, e as transações que são ruins para o presente podem ser excelentes para o futuro. Em alguns anos, saberemos se isso se aplica ao Hawks.
(O gráfico não poderia ser mais claro: Josh Smith é um excelente finalizador ao redor da cesta. De média distância, no entanto, ele não é bom. Se ele concentrasse seu jogo ofensivo no garrafão e deixasse de lado o perímetro, poderia ser um jogador ainda melhor e mais eficiente.)
Rotação:*
PG: Jeff Teague / Devin Harris
SG: Lou Williams / John Jenkins / DeShawn Stevenson
SF: Anthony Morrow / Kyle Korver
PF: Josh Smith / Ivan Johnson / Mike Scott
C: Al Horford / Zaza Pachulia / Johan Petro
* Nem todos os jogadores aparecem em suas posições exatas. Vários deles atuarão em mais de uma posição ao longo dos jogos e da temporada.
Amanhã: Charlotte Bobcats
Amanhã: Charlotte Bobcats
Marcadores: Análises da offseason, Hawks