Este é o primeiro post de uma série que analisará a
offseason de cada um dos 30 times da NBA. Será uma análise por dia, de segunda
a sexta, até o meio de outubro. Cada semana, analisarei os times de uma
divisão. Nesta semana, será a divisão do Atlântico. O post de hoje é sobre o
Celtics.
Principais
aquisições: Jason Terry, Courtney Lee, Jared Sullinger (draft), Fab Melo
(draft)
Principais perdas: Ray Allen, Michael Pietrus, Ryan Hollins
Após um péssimo desempenho no primeiro mês da temporada
passada, muita gente – inclusive eu – achava que a janela do Celtics como
candidato ao título havia se fechado. Pierce e Garnett pareciam velhos demais,
e o time aparentava não ter poder de fogo suficiente para competir em alto nível.
Tudo indicava que seria o fim da era Garnett/Pierce/Allen/Rondo.
De repente, algo mudou. Garnett passou a jogar em um nível
que não alcançava há anos. Rondo assumiu a responsabilidade de ser um dos líderes
da equipe. Pierce provou que o desempenho ruim do início da temporada tinha
mais a ver com o locaute e menos com a sua idade. Avery Bradley, até então um
fracasso como armador reserva de Rondo, surgiu como um excelente ala-armador
defensivo. E assim, em pouco tempo, Boston voltou a ser um adversário temido,
que chegou muito perto de eliminar o Heat – equipe que veio a ser campeã.
(Avery Bradley é uma peste na defesa)
Com isso, o foco da offseason celta, que tinha tudo para ser
voltado para uma renovação, mudou completamente. Em vez de aceitar que a janela
havia sido fechada e começar a reunir as peças para o início da construção de outra,
Boston resolveu procurar ferramentas que pudessem manter pelo menos uma
frestinha aberta.
O primeiro passo para isso era renovar com os veteranos.
Garnett e Allen eram free agents, e o Celtics agiu rapidamente,
oferecendo bons contratos para os dois jogadores. Garnett não titubeou e logo acertou
a sua permanência por três temporadas. Já com Allen, a história foi bem
diferente.
O ala-armador, componente fundamental na conquista do título
de 2008 e nas excelentes temporadas subsequentes, não gostou de como foi
tratado pela equipe nos últimos anos. Ele cansou de ouvir o seu nome em rumores
de trocas e, principalmente, de saber que o Celtics realmente chegou perto de
trocá-lo algumas vezes. Além disso, Allen e Rondo já não se entendiam muito bem
há algum tempo (embora o veterano negue que isso tenha afetado sua decisão).
Resultado: Ray-Ray aceitou receber MENOS e foi jogar no principal rival do
Celtics atualmente: o Miami Heat.
A equipe celta, no entanto, conseguiu suprir bem a perda de
Allen. Pouco tempo antes do acordo do jogador com Miami, Boston já havia
acertado com Jason Terry. Depois disso, ainda obteve o ala-armador Courtney Lee
por meio de uma sign-and-trade.
Terry deverá cumprir o papel de sexto homem, algo que ele já
está habituado a fazer (e faz muito bem). O ala-armador, acostumado a
fazer o pick-and-roll com Nowitzki, dará ao Celtics uma opção viável
nesse tipo de jogada quando Rondo estiver descansando. Além disso, Terry é um
excelente arremessador parado (no chamado spot-up), com uma média de
1,18 ponto por posse finalizada assim na última temporada (21º melhor índice da
NBA).
Lee é um competente defensor e arremessador que dará mais
versatilidade ao elenco, podendo atuar nas posições 2 e 3. O jogador também tem
um bom aproveitamento nos spot-ups, principalmente de longa distância
(42,9% de aproveitamento nesse tipo de situação em 2011/12). É bem possível que
ele comece a temporada como titular, enquanto Bradley se recupera de uma
cirurgia no ombro.
(Lee tem excelente aproveitamento de três da zona morta e de
frente para a cesta. Certamente, Rondo saberá tirar proveito disso)
Para reforçar ainda mais o time, Boston acertou a volta do
ala Jeff Green. Seu contrato não é dos mais sensatos – bem pelo contrário, na
verdade –, mas o jogador será mais um bom reforço. Outro que voltará é Brandon
Bass, importante peça na temporada passada.
No draft, o Celtics escolheu o ala-pivô Jared Sullinger e o
pivô brasileiro Fab Melo. Sullinger é um excelente reboteiro, além de ter bom
arremesso e ótima habilidade ofensiva. Por outro lado, ele é lento e terá
dificuldades defensivas na NBA. Ainda assim, não será surpresa nenhuma se
Sullinger contribuir para a equipe em sua primeira temporada. O mesmo não se
pode dizer do brasileiro, que é visto como um projeto. Embora seja ótimo
nos tocos, Melo precisará de algum tempo para desenvolver os demais aspectos de
seu jogo. Jason Collins, mais uma contratação da equipe, deverá ficar à frente
de Melo na rotação celta.
Após uma das offseasons mais movimentadas de toda a NBA, o
Celtics atingiu o seu objetivo: manteve quase todas as suas peças
principais e acrescentou jogadores para melhorar sensivelmente o elenco. Por
isso, pode-se afirmar que Boston teve uma offseason bem-sucedida. Brigar pelo
título não será fácil, mas a equipe é uma das poucas com condições de
surpreender os favoritos.
Rotação:*
PG: Rajon
Rondo / Jason Terry / Keyon Dooling
SG: Avery
Bradley / Courtney Lee / Dionte Christmas
SF: Paul
Pierce / Jeff Green / Kris Joseph
PF: Brandon
Bass / Jared Sullinger / Chris Wilcox
C: Kevin
Garnett / Jason Collins / Fab Melo
* Nem todos os jogadores aparecem em suas posições exatas.
Vários deles atuarão em mais de uma posição ao longo dos jogos e da temporada.
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Amanhã: Brooklyn Nets
Marcadores: Análises da offseason, Celtics
Time está melhor que o de 2011/2012, porém os demais favoritos também estão mais fortes. A divisão será a mais forte dentre as 6. By: Esaú