(Caso você tenha perdido, confira a análise da offseason do Nets, postada ontem)
Principais
aquisições: Raymond Felton, Jason Kidd, Pablo Prigioni, Ronnie Brewer, Marcus
Camby, Kurt Thomas
Principais
perdas: Jeremy Lin, Baron Davis, Landry Fields, Jared Jeffries
Alguns meses após a Linsanity tomar conta da NBA, a
expectativa era de que o Knicks teria como prioridade número 1 a manutenção de
Jeremy Lin. E era isso que davam a entender as declarações da diretoria para a
imprensa. Talvez até fosse essa a intenção original do time.
Mas aí veio uma oferta do Rockets. Num primeiro momento,
tudo indicava que a equipe de New York bancaria a proposta (Lin era agente
livre restrito, o que significa que o Knicks tinha direito de bancar qualquer
oferta que ele recebesse de outras equipes). No entanto, com o passar dos dias,
o tom começou a mudar. Logo antes de enviar a oferta oficial para o Knicks,
Houston aumentou um pouco os valores. Se esse foi o estopim para a situação
mudar por completo, nunca saberemos, mas é uma das teorias. O proprietário da
equipe, o excêntrico James Dolan, teria ficado irritado com a alteração de
última hora e mudado de opinião quanto à permanência do jovem armador. Além
disso, o salário de Lin teria um salto em 2014, o que colocaria a franquia numa
situação financeira muito complicada.
Especulações à parte, o importante é que o Knicks resolveu
tomar outro rumo. A equipe, que já havia acertado com os armadores Jason Kidd e
Pablo Prigioni, adquiriu Raymond Felton por meio de uma sign-and-trade, o
que praticamente selou a ida de Lin para o Rockets.
A saída de Lin foi uma das principais polêmicas da
offseason. Muitos apoiaram a decisão do Knicks, outros tantos a condenaram. Não
é uma questão simples; portanto, seria irresponsável fazer uma análise
superficial. O que se pode dizer é que, sem dúvidas, Lin tem potencial para ser
melhor que os três armadores contratados pela equipe de NY – melhor do que eles
são atualmente, é bom deixar claro. No entanto, ele não foi produtivo por tempo
suficiente para afirmarmos com convicção que ele será.
Outro fator a ser considerado é o sistema de jogo que o
Knicks pretende utilizar daqui em diante. O melhor momento de Lin ocorreu
quando a equipe ainda era treinada por D'Antoni, técnico conhecido por dar
total liberdade aos seus armadores e explorar muito o pick-and-roll. No
entanto, D'Antoni deixou o comando do time e foi substituído por Mike Woodson,
treinador com uma filosofia completamente diferente – menos pick-and-rolls, mais
jogadas de mano a mano e maior foco defensivo.
Com base no pouco que vimos do armador, é possível imaginar
que ele teria dificuldades para se adaptar a um sistema assim. Após fazer um
investimento considerável nele, presume-se que o Rockets dará liberdade para
que ele explore ao máximo suas virtudes. No Knicks, ele dificilmente teria
isso. Portanto, é possível que a decisão tenha sido boa para todos os
envolvidos: Knicks, Rockets e, é claro, Jeremy Lin.
Seu substituto na equipe titular, Raymond Felton teve boa
passagem pelo Knicks dois anos atrás. No entanto, isso não deve servir como evidência
de que ele terá sucesso com Woodson, considerando que ele também foi treinado
por D'Antoni na época. Felton é bom jogador, mas precisa encontrar maneiras de se
manter consistente e, principalmente, focado. Dentro do sistema de Woodson, ele
precisará mostrar consistência de longa distância, algo que foi um problema no
ano passado (34,6% de aproveitamento em spot-ups).
Jason Kidd dispensa apresentações. Sua carreira o coloca
como um dos melhores e mais completos armadores dos últimos 20 anos. No
entanto, o Kidd que jogará no Knicks é uma versão bem mais limitada; portanto,
não se deve esperar dele muitos minutos por jogo. O que ele ainda pode oferecer
ao seu time é experiência, inteligência e estabilidade na armação. Embora Kidd
tenha melhorado seu arremesso nos últimos anos, os números de 2011/12 não
refletem isso (34,1% em spot-ups, com 34,9% de longa distância).
(No atual estágio da sua carreira, Kidd praticamente só
arremessa de longa distância. Isso até pode funcionar no Knicks, desde que ele
melhore o seu aproveitamento)
O outro armador que chega é Pablo Prigioni, argentino com
uma longa e bem-sucedida carreira na Europa. Aos 35 anos, ele será, tecnicamente,
um novato na NBA. No entanto, seu jogo será de um veterano que está ciente de
suas limitações e só faz o que sabe fazer: passar a bola e organizar o time em
quadra.
Além de trazer três novos armadores, os Knickerbockers
renovaram com JR Smith e Steve Novak. Para a reserva de Tyson Chandler, a
equipe buscou Marcus Camby. Apesar da idade avançada, Camby teve o maior índice
de rebotes (percentual dos rebotes disponíveis pegos por um jogador quando ele está
em quadra) da NBA na última temporada. Landry Fields, outro agente livre
irrestrito, foi para o Raptors. Para o seu lugar, NY adquiriu Ronnie Brewer,
uma opção mais barata e, possivelmente, melhor. Kurt Thomas foi contratado para
ser mais uma opção experiente no garrafão. O ala James White foi buscado na Europa
para complementar o elenco.
A offseason do Knicks foi recheada de polêmica. Apesar
disso, a franquia fez, de um modo geral, contratações sólidas (embora a média
de idade do time tenha aumentado drasticamente). O elenco parece um pouco mais
equilibrado do que na temporada passada, ainda que longe de completo. Ao que tudo
indica, o Knicks resolveu finalmente adotar um sistema de jogo que favoreça o
seu melhor jogador (Carmelo Anthony). Será interessante acompanhar a temporada
da equipe e ver como todas essas novas peças se encaixarão.
(Stoudemire passou alguns dias das suas férias treinando com
Hakeem Olajuwon)
Rotação:*
PG: Raymond
Felton / Jason Kidd / Pablo Prigioni
SG: Iman
Shumpert / JR Smith
SF: Carmelo
Anthony / Ronny Brewer / James White
PF: Amar'e
Stoudemire / Steve Novak
C: Tyson
Chandler / Marcus Camby / Kurt Thomas
* Nem todos os jogadores aparecem em suas posições exatas.
Vários deles atuarão em mais de uma posição ao longo dos jogos e da temporada.
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Amanhã: Philadelphia 76ers
Marcadores: Análises da offseason, Knicks