Caso ainda não tenha visto, confira as análises da offseason dos times abaixo:
Principais aquisições: Arron Afflalo, Gustavo Ayon,
Al Harrington, Nicola Vucevic, Moe Harkless (draft), Kyle O'Quinn (draft),
Andrew Nicholson (draft)
Principais
perdas: Dwight
Howard, Jason Richardson, Ryan Anderson, Earl Clark
Na pré-temporada de 2011/12, quando Dwight Howard anunciou
que não queria mais ficar na equipe, o Magic começou a viver a novela mais
chata dos últimos tempos. Ao longo dos meses que seguiram, o pivô mudou de
ideia inúmeras vezes e deixou a torcida da franquia de Orlando extremamente
frustrada.
O principal objetivo da offseason do Magic não podia ser
mais claro: trocar Dwight Howard e tentar obter algumas peças de qualidade para
começar a reconstruir o elenco. Não faltavam times interessados no jogador –
afinal de contas, ele é visto como o melhor da NBA em sua posição.
O Magic começou a offseason demitindo o técnico Stan Van
Gundy e o general manager Otis Smith. Em um primeiro momento, parecia
que a ideia seria convencer o pivô a ficar em Orlando, mas logo ficou claro que
isso não aconteceria. De qualquer modo, as demissões serviram como o primeiro
sinal de que as coisas mudariam drasticamente na terra do Mickey.
Nas semanas seguintes, a franquia escolheu seu novo GM, Rob
Hennigan – que fazia parte da diretoria do Thunder – e o novo técnico, o
ex-armador Jacque Vaughn. A escolha de dois profissionais jovens e sem
experiência nas funções para as quais foram contratados indicava a direção que
a franquia pretendia seguir.
Foi na primeira metade de agosto que veio o momento mais
importante da offseason do Magic. Finalmente, Dwight Howard foi trocado em uma
complexa transação que envolveu o Lakers, o Nuggets e o Sixers. O Magic havia
alcançado o seu objetivo. Mas o que a equipe obteve na troca?
Para resumir, foi menos do que o esperado. Nenhuma grande
estrela, nem mesmo um jovem jogador com potencial para se tornar uma. Além de Howard, saíram Jason
Richardson, Earl Clark e Chris Duhon. Os jogadores obtidos foram Arron
Afflalo, Al Harrington, Nicola Vucevic, Josh McRoberts, Christian Eyenga e o
novato Moe Harkless. "Só isso?", você pergunta. Pois é.
Afflalo é o melhor jogador dessa lista. Ainda assim, ele não
passa de um bom defensor com razoável jogo ofensivo. Harrington é um reserva
útil com um contrato ruim. Vucevic é um jovem ala-pivô/pivô que teve uma
temporada de novato relativamente boa no Sixers. Eyenga é um ala que, até
agora, não mostrou absolutamente nada na NBA. McRoberts é um ala-pivô tão
limitado que perdeu espaço na rotação de um Lakers que tinha um banco péssimo.
Quem tem o maior potencial desse grupo é, provavelmente, o ala Harkless, mas
ele precisará de algum tempo para se adaptar à NBA. Além desses jogadores, o
Magic recebeu três escolhas futuras de 1º round (cheias de condições) e duas de
2º round.
(O jogo de Al Harrington não tem muito meio-termo: é jogada
no garrafão ou arremesso de três pontos)
Por Dwight Howard, isso é muito pouco, é claro. Mas o
objetivo do Magic não era receber jogadores que pudessem compensar a ausência
do pivô. Não, o objetivo do Magic era bem diferente: demolir o time, colocar
tudo no chão mesmo, ser ruim por alguns anos e acumular jogadores jovens com
potencial. O tal "modelo do Thunder".
Mesmo assim, a troca podia ter sido melhor. Os únicos
contratos dos quais o Magic conseguiu se livrar foram o de Richardson, que nem
era tão ruim assim, e o de Duhon. Turkoglu e Davis continuam na folha salarial,
o que limitará a flexibilidade futura que o Magic tanto queria. Além disso, a
equipe ainda obteve Harrington e Afflalo. Os dois não são ruins, mas não faz
sentido para uma equipe que quer recomeçar ter dois jogadores medianos com
contratos longos.
Para piorar um pouco mais as coisas, um mês antes da troca,
o Magic havia renovado com Jameer Nelson, pagando mais de 8 milhões de dólares
por ano pelo armador. Mais uma vez, um contrato que faz pouquíssimo sentido
para um time que quer começar do zero.
Uma troca que fez sentido dentro da nova proposta da
franquia foi a sign-and-trade de Ryan Anderson – cuja pedida salarial
estava acima daquilo que o Magic desejava pagar – para o Hornets. Orlando
recebeu na transação o ala-pivô mexicano Gustavo Ayon, que teve uma boa
temporada como novato e conta com um salário bem mais baixo. Para complementar
o elenco, a franquia ainda contratou o armador/ala-armador E'Twaun Moore,
ex-Celtics.
No draft, o Magic selecionou o pivô Andrew Nicholson,
jogador muito inteligente que parece ter bom potencial ofensivo, e o ala-pivô
Kyle O'Quinn, que se destaca pelo potencial na defesa. Nessa nova fase da
franquia, é bem possível que os dois, bem como Harkless, recebam algumas
oportunidades ao longo da temporada.
(Harkless tem potencial, mas ainda não parece pronto para contribuir)
Para os torcedores do Magic, esta definitivamente não foi a
offseason dos sonhos. Até a temporada passada, a equipe brigava pelas primeiras
posições do Leste ano após ano. Além disso, as peças recebidas na troca realmente
não empolgam. Mesmo assim, é bem provável que a torcida esteja aliviada, pois
pelo menos o Dwightmare teve um fim. Agora, é ter paciência e ver o time
ir até o fundo do poço. Não tem jeito, o Magic será péssimo na próxima
temporada (e nas seguintes também, ao que tudo indica). Portanto, suas escolhas
nos próximos drafts estarão entre as primeiras. Serão essas decisões, tomadas
lá do fundo do poço, que determinarão o quão longa e árdua será a escalada de
volta ao topo.
Rotação:*
PG: Jameer
Nelson / Ish Smith / E'Twaun Moore
SG: Arron
Afflalo / JJ Redick
SF: Hedo
Turkoglu / Quentin Richardson / Moe Harkless / Christian Eyenga
PF: Gustavo
Ayon / Al Harrington / Josh McRoberts / Kyle O'Quinn / Justin Harper
C: Glen
Davis / Nicola Vucevic / Andrew Nicholson
(O Magic precisará cortar dois jogadores antes do início da temporada, pois está acima do limite máximo de 15 jogadores)
* Nem todos os jogadores aparecem em suas posições exatas.
Vários deles atuarão em mais de uma posição ao longo dos jogos e da temporada.
Amanhã: Washington Wizards
Marcadores: Análises da offseason, Magic