Caso ainda não tenha visto, confira as análises da offseason dos times abaixo:
Principais aquisições: Ray Allen, Rashard Lewis
Principal perda: Ronny Turiaf
Após a franquia conquistar o segundo título de sua história – e o
primeiro da era LeBron James –, o que podíamos esperar da offseason do Heat?
Nada de drástico; contratações pontuais para reforçar um elenco que,
obviamente, já possuía qualidade suficiente para ser campeão.
Foi mais ou menos isso que aconteceu. No entanto, uma dessas
contratações recebeu atenção especial devido às circunstâncias em torno dela.
Ray Allen, ala-armador que, até a temporada passada, atuava no Celtics – duro
oponente da franquia de Miami nas finais da conferência Leste – rejeitou uma
proposta superior da equipe de Boston para assinar com o Heat. Tal decisão causou
surpresa e indignação nos torcedores celtas e, é claro, deixou a torcida do
Heat muito empolgada.
Outro reforço para a próxima temporada será Rashard Lewis. O
ala, que teve os melhores momentos de sua carreira no Sonics, acertou com o
Heat após assinar sua rescisão com o Hornets.
Mas o que as contratações de Allen e Lewis – que, vale
lembrar, tiveram bons momentos jogando juntos em Seattle – podem representar
para o Heat?
Quanto a Allen, não restam dúvidas a respeito de sua
qualidade. Jogando em uma equipe que conta com jogadores como James e Wade, um
arremessador com a sua precisão tornará o Heat ainda mais difícil de ser
parado. Na última temporada, Allen teve um impressionante aproveitamento de
47,1% da linha de 3 pontos em spot-ups. Além disso, o ala-armador pode
oferecer uma dimensão que faltava à equipe de Miami: um arremessador que, com o
uso de bloqueios e cortes, tem excelente aproveitamento – em 2011/12, Allen fez
1,05 pontos por posse em lances com o auxílio de bloqueios, 13º melhor índice da
NBA. Foram 52 bolas de 3 convertidas nesse tipo de situação, com um
aproveitamento de 42,3%.
Lewis, por sua vez, costumava ser um versátil ala, capaz de
jogar nas posições 3 e 4 e causar problemas para a marcação em ambas. Nos
últimos anos, pouco se tem visto disso. Após receber um contrato absurdo em
Orlando, Lewis regrediu ano após ano. Depois de ser trocado para o Wizards, ele
passou mais tempo lesionado do que jogando. Além disso, nas poucas vezes em que
entrou em quadra, não mostrou mais as suas qualidades do passado.
A grande questão, tanto no que diz respeito a Allen quanto a
Lewis, é física. Ambos os jogadores vêm sofrendo com lesões ao longo dos
últimos anos.
Allen teve um início de temporada muito produtivo pelo
Celtics, mas chegou aos playoffs lesionado e teve imensa queda de rendimento
por conta disso. A esperança é de que, após se submeter a uma cirurgia no
tornozelo, ele se recupere e volte a jogar um basquete de alto nível.
(Com o excelente aproveitamento em movimento de Allen, o
Heat passará a ter um ataque ainda mais versátil)
Com relação a Lewis, é difícil saber o quanto seu desempenho
foi afetado por lesões e o quanto teve a ver com falta de motivação. É possível
que, em uma equipe como o Heat, Lewis volte a ter prazer de jogar e eleve o seu
desempenho. Ao mesmo tempo, não se pode descartar a possibilidade da questão
física impedi-lo de contribuir com consistência para os atuais campeões.
Além de Allen e Lewis, o Heat ainda tentou contratar um
pivô, talvez a grande carência do elenco na temporada passada. A franquia
chegou a negociar com Marcus Camby, mas o jogador acabou acertando com o
Knicks. Embora a ausência de um pivô confiável no elenco não tenha impedido o
título, não seria prudente afirmar que tenha se tornado algo irrelevante. Se o
Heat encontrar pela frente nos playoffs um adversário com um pivô de qualidade,
como Howard ou Bynum, por exemplo, a equipe pode vir a ter problemas.
Sobre a listagem dos jogadores por posição no final do post,
vale ressaltar que ela só serve mesmo como referência. Como vimos nos playoffs,
o Heat deixou de lado as posições tradicionais e utilizou várias combinações
não convencionais ao longo das partidas. Tudo indica que os dois pivôs "de
verdade" da equipe, Anthony e Pittman, terão pouquíssimos minutos em
quadra. A posição deve ser ocupada por Haslem e Bosh na maior parte do tempo.
Da mesma forma, LeBron e Battier passarão tempo considerável na posição 4.
Portanto, pode-se dizer que a
offseason do Heat foi muito boa. Além de não perder nenhum jogador importante,
a equipe conseguiu tornar o seu elenco mais forte, versátil e perigoso. Para
que fosse a offseason ideal, só ficou faltando mesmo um pivô.
(É interessante observar que tanto
LeBron – primeiro gráfico – quanto Wade – segundo – tendem a arremessar com
mais frequência do lado esquerdo da quadra. Isso ajuda a explicar por que levou
algum tempo para que os dois se entrosassem e aprendessem a se complementar.)
Rotação:*
PG: Mario Chalmers / Norris Cole
SG: Dwyane
Wade / Ray Allen / Mike Miller
SF: LeBron
James / Shane Battier / James Jones
PF: Chris
Bosh / Rashard Lewis / Josh Harrellson
C: Joel
Anthony / Udonis Haslem / Dexter Pittman
* Nem todos os jogadores aparecem em suas posições exatas.
Vários deles atuarão em mais de uma posição ao longo dos jogos e da temporada.
Amanhã: Orlando Magic
Marcadores: Análises da offseason, Heat