Dando prosseguimento à série de prévias de aquecimento para o começo da temporada da NBA, o post de hoje é sobre a divisão Central.
(Caso você não tenha visto, confira a prévia da divisão do Atlântico postada ontem)
A lesão no joelho de Rose ocorrida nos últimos playoffs teve
repercussão ainda maior do que se imaginava. Por causa dela, o Bulls (clique aqui para ler a análise da offseason) praticamente desistiu da briga por título
na próxima temporada, abrindo mão de reservas importantes (CJ Watson, Kyle
Korver, Ronny Brewer, Omer Asik e John Lucas) e os substituindo com jogadores
mais limitados (Hinrich, Belinelli, Vladimir Radmanovic, Nazr Mohammed e Nate
Robinson). Tudo isso porque, ao que tudo indica, Rose só deve voltar às quadras
em 2013 e provavelmente levará algum tempo para retornar ao nível de antes da
lesão. O Bulls deve brigar por playoffs com ou sem ele. Mas o que determinará o
potencial desse time é quando e como Rose voltará.
O Bulls vai impressionar se:
-
As novas peças conseguirem formar um banco confiável
-
Deng e Boozer derem conta de uma carga ofensiva mais pesada
-
Rose voltar em janeiro ou fevereiro, em tempo de ganhar ritmo
de jogo e confiança até os playoffs
O Bulls vai decepcionar se:
-
Rose voltar só em março e estiver longe do nível com o qual
estamos acostumados
-
O elenco tiver sérios problemas ofensivos por falta de opções
consistentes
-
Deng voltar a sentir a lesão no pulso (ele abriu mão de fazer
uma cirurgia para poder jogar as Olimpíadas) e precisar ficar de fora por um
tempo
O Cavs (clique aqui para ler a análise da offseason) não
mudou muito com relação à temporada passada. A base é a mesma, com o acréscimo
dos novatos Dion Waiters e Tyler Zeller. Qualquer esperança de playoffs
dependerá da evolução do melhor novato da última temporada, o armador Kyrie
Irving. Um Anderson Varejão 100% livre de lesões também faria muita diferença
para a equipe. Ainda assim, os playoffs parecem distantes.
O Cavs vai impressionar se:
-
Kyrie Irving der um salto de qualidade e se tornar um All-Star
indiscutível
-
Anderson Varejão se mantiver livre de lesões e repetir o
excelente desempenho de 2011/12
-
Os novatos conseguirem dar uma boa contribuição
O Cavs vai decepcionar se:
-
Irving regredir ou não mostrar evolução em seu segundo ano
-
Varejão ficar de fora por longos períodos devido a lesões
-
Não surgir nenhuma outra opção ofensiva confiável
O Pistons (clique aqui para ler a análise da offseason)
também mudou pouco na offseason. As peças principais permanecem as mesmas: os
jovens Monroe, Stuckey, Knight e Jerebko, além do veterano Tayshaun Prince. Ben
Gordon saiu, Corey Maggette chegou. Uma novidade será o calouro Andre Drummond,
pivô com excelente potencial, mas que precisará de tempo para se adaptar ao
jogo da NBA. Outro que chega é um pivô ucraniano cujo nome parece inventado:
Vyacheslav Kravtsov. A próxima temporada do Pistons não deve ser muito
diferente das anteriores; playoffs seriam uma grande surpresa.
O Pistons vai impressionar se:
-
Stuckey finalmente se tornar o que o Pistons esperava dele: um
jogador dinâmico nos moldes de Dwyane Wade (mas não no mesmo nível, é claro)
-
Monroe continuar evoluindo e se tornar um dos 3 ou 4 melhores
pivôs da NBA
-
Brandon Knight melhorar como passador e se tornar um
arremessador mais eficiente
O Pistons vai decepcionar se:
-
Continuar sendo apenas um conjunto de jovens jogadores e inconsistentes
-
Stuckey seguir como um pontuador apenas mediano sem um
arremesso confiável
-
Greg Monroe não progredir como defensor
O Pacers (clique aqui para ler a análise da offseason) fez
algumas mudanças na offseason, mas o núcleo permanece o mesmo: Granger, Hibbert
(agora com um contrato que o pagará quase 15 milhões de dólares por ano), West,
George e Hill (também com contrato novo, de 8 milhões por temporada). Saíram
Collison, Leandrinho, Amundson e Dahntay Jones. Chegaram DJ Augustin, Gerald
Green, Ian Mahinmi e os novatos Miles Plumlee e Orlando Johnson. O Pacers não
deverá ter grandes problemas para chegar aos playoffs, mas encontrará dura
concorrência na briga por mando de quadra na primeira fase.
O Pacers vai impressionar se:
-
Hibbert transformar-se em uma opção ofensiva consistente
-
Paul George der mais um passo em seu desenvolvimento
-
O banco de reservas reformulado der resultado
O Pacers vai decepcionar se:
-
Hibbert continuar tendo dificuldades para se impor
-
George Hill não se mostrar pronto para ser o armador titular
-
A melhora do elenco ficar só no papel e não se confirmar em
quadra
O Bucks (clique aqui para ler a análise da offseason) também
manteve boa parte do seu elenco, mas acrescentou algumas peças importantes
(Dalembert, Przybilla e o novato John Henson) para reforçar o garrafão
defensivo, principal ponto fraco após a saída de Bogut. Além disso, saiu Carlos
Delfino e chegou o novato Doron Lamb. A equipe vai dar continuidade ao
experimento Jennings/Ellis, com os dois jogadores tendo seu primeiro training
camp juntos, o que pode ajudá-los a entrosar. Ainda assim, eles não parecem
ser a combinação ideal no ataque e deixam muito a desejar na defesa. O Bucks
tem chances de brigar por playoffs, dependendo do desempenho de equipes como o
Hawks, o Wizards e o Raptors, por exemplo.
O Bucks vai impressionar se:
-
A defesa, que sempre foi o ponto forte do técnico Scott Skiles
mas ficou enfraquecida com a saída de Bogut, voltar a ser pelo menos
respeitável
-
Jennings e Ellis sacrificarem seus números para se
complementarem melhor
-
Ilyasova repetir o surpreendente desempenho da última
temporada
O Bucks vai decepcionar se:
-
Jennings e Ellis jogarem de forma individualista
-
Os reforços não forem suficientes para reestabelecer uma
consistência defensiva
-
Nenhum jogador do banco surgir como uma opção ofensiva viável
Fiquem de olho nos seguintes jogadores:
Luol Deng (Bulls): sem Rose, o Bulls precisará que ele assuma
uma responsabilidade ofensiva maior. A sua experiência como primeira opção
ofensiva da seleção britânica nas Olimpíadas pode ter sido importante nesse
sentido.
Kyrie Irving (Cavs): visto como um jogador com potencial
para ser o melhor armador da NBA no futuro, Irving precisa confirmar em sua
segunda temporada o que mostrou como calouro. Tyreke Evans é um exemplo de
jogador que teve uma primeira temporada incrível e depois decepcionou. Vamos
torcer para que o mesmo não ocorra com Kyrie.
Greg Monroe (Pistons): ninguém dá bola para o Pistons. Por
isso, pouca gente sabe o quão bem Monroe joga. Ele é um dos pivôs mais
completos da NBA: bom de costas para a cesta, bom nos rebotes, bom passador...
seu principal problema é a defesa. Se ele continuar evoluindo e o Pistons
brigar por playoffs, Monroe pode até ser chamado para seu primeiro All-Star
Game.
Paul George (Pacers): Granger pode até ser o melhor jogador
do Pacers hoje, mas George é o que tem mais potencial. Ele é extremamente
versátil e mostrou muita evolução da primeira para a segunda temporada. Um novo
salto de qualidade pode fazer uma grande diferença para o Pacers.
Ersan Ilyasova (Bucks): Um daqueles raros jogadores com
excelente jogo de perímetro que conseguem ao mesmo tempo ter ótimo impacto nos
rebotes ofensivos. Em um time com dois armadores que erram muitos arremessos,
ter alguém assim pode ser muito importante.
Fiquem de olho nos seguintes novatos:
Dion Waiters (Cavs): Será que ele está mais para Dwyane Wade
ou para Rodney Stuckey?
Tyler Zeller (Cavs): Será que ele conseguirá achar seu
espaço e tirar minutos de Varejão e Thompson?
Andre Drummond (Pistons): Será que seu bom desempenho na
pré-temporada significa algo ou ele terá que esperar mais tempo para ganhar sua
chance?
John Henson (Bucks):
Será que sua capacidade de dar tocos pode ajudar uma defesa que foi péssima
após a troca de Bogut?
Previsão aleatória: Jennings e Ellis não jogarão juntos até
o final da temporada. Um dos dois será trocado.
Palpite de classificação da divisão:
1) Pacers
2) Bulls
3) Bucks
4) Pistons
5) Cavs
Amanhã: Divisão Sudeste
Marcadores: Bucks, Bulls, Cavs, Pacers, Pistons, Prévias